sexta-feira, 17 de maio de 2013

Time do Metropol vira exposição na Semana Nacional de Museus

Foto de:
Milena dos Santos/Divulgação
Por Milena dos Santos
Criciúma (SC)
Os nove anos, dois meses e seis dias de história do Esporte Clube Metropol, estão expostos no Ginásio do bairro, na Semana Nacional de Museus. A história conta que o time mais vitorioso da cidade e do Estado, foi criado na década de 60 com o objetivo de abafar uma greve de mineiros e aproximar empregados e patrões através do esporte. 

Para o presidente da Fundação Cultural de Criciúma, Sérgio Luiz Zappelini, o time do Metropol foi um ícone para cidade de Criciúma e até mesmo para o Estado. “Foi o primeiro clube catarinense a se destacar como “o clube de Santa Catarina”, já que pessoas de todas as partes do estado torciam pelo time. O clube elevou o nome da cidade de Criciúma para o Brasil e para o mundo”, destacou Zappelini. 

O material que está na exposição, que segue até esta sexta-feira, (17), já estava no próprio ginásio. Ali estão guardadas taças conquistadas em campeonatos, flâmulas, medalhas e até mesmo um quadro esculpido de um atleta do clube que se suicidou por ficar fora de um jogo da equipe. Com a criação do clube os outros times da cidade se profissionalizaram. 

O zagueiro da equipe na época, Flazio Campos, diz que o time era um sucesso por onde passavam. “Cheguei ao clube com 16 anos. Vim para trabalhar nas minas e comecei a jogar. Joguei com grandes atletas como Rubão, Tenente, Nilzo entre outros nomes. Quando fomos para a Europa muitas pessoas achavam que iríamos envergonhar os brasileiros, mas foi ao contrário. Fomos recebidos com festa na nossa volta. Jogávamos para ganhar mesmo, não pensávamos no dinheiro até porque trabalhávamos em minas de carvão”, contou o ex-jogador. 

De acordo com a professora de história da Escola Filho do Mineiro, que foi uma das responsáveis pela busca de materiais para a exposição, Cleusa Crispim, a viagem internacional da equipe iniciou no mês de abril e levou os jogadores a aventuras inesquecíveis. “Numa das mais extensas apresentações do futebol brasileiro na Europa, o Metropol viajou 63,5 horas de avião, 78 horas de trem, 13 horas de navio e 126 horas de ônibus. O time entrou em campo 23 vezes nos países da Espanha, Suíça, Alemanha, Dinamarca e Romênia, trazendo de lá um saldo de 13 vitórias com 53 gols marcados”, relatou a professora. 

Junior César de Oliveira, que também é um dos responsáveis pela exposição, relembra de um fato contado pelos jogadores durante a passagem da equipe pela Romênia. “Na passagem pelo país os jogadores foram surpreendidos quando uma noiva interrompeu seu casamento para tirar uma foto ao lado do goleiro Rubão. Segundo o goleiro a cena aconteceu, pois a moça nunca tinha visto um homem negro. Eles comentam ainda que o primeiro mês foi de muita festa, mas que com o passar do tempo à situação foi ficando ruim”, comentou Oliveira.

¹ Milena dos Santos - Secom Criciúma, colaboração

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